segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Borboletas são livres
Minha alma também.
Anseio liberdade, beleza e amor
De ir, vir e sentir
Paixão, ar, calor.
Preciso criar…Voar
Sentir o vento nos cabelos
Mas os pés no chão.
Quero abraço
Mas quero espaço.
Mulher borboleta
Pequenina e voraz
Tem um vôo que seduz
Uma beleza que satisfaz.
Possuidora de uma leveza que conduz
De uma força que induz.
Sua fragilidade lhe traduz
Uma mulher que reluz!
Precisa de arte
Precisa que invada.
Que o coração dispare
Que a saudade mate.
Não a prenda
Traga flores para que venha.
Ela não é para qualquer um
Ela é da natureza
Ela é dela.
Tranque-a e ela morre.
Sopre-a no vento…
Que ela vai.
Mas espere
Pois ela volta.

Definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional..
.Carlos Drummond de Andrade